Relatos

Sobre a experiência em participar do Speech Contest

Seja pela história milenar, hábitos do povo, ou pelos animes que tanto gosto de assistir, o Japão é objeto de meu interesse há um bom tempo. Fascinada por sua cultura, em 2008 quis me aprofundar e aprender também o idioma do país. Para isso, por indicação de uma amiga, me matriculei no Bunkyô. Antes mesmo de abrirem as inscrições [para o Speech Contest de 2011], eu e a Bruna [na foto acima: à direita e à esquerda, respectivamente], amiga que está no mesmo módulo que eu, já estávamos empolgadas com a ideia de participar.

Mesmo no começo, sem saber que o campeão nacional ganharia uma viagem para o Japão, eu já tinha ficado bastante ansiosa, apenas pela experiência de poder participar. Como viajar para o Japão é um sonho meu, quando fiquei sabendo dessa possibilidade, meu entusiasmo aumentou ainda mais.

Decidir o tema da redação foi uma parte difícil. Eu tinha várias ideias em mente e não sabia qual usar. Por isso, resolvi escrever mais de uma, e depois pedir a opinião das professoras do curso. No final, a redação sobre minha gata de estimação (e musa inspiradora) chamada Nankin foi a escolhida. Resumindo, o texto explica que ela recebeu o nome desta tinta por ambas serem completamente pretas e por minha paixão por desenhar.

Os professores do Bunkyô me ajudaram muito, corrigindo os erros do meu texto e me auxiliando na tradução para o japonês. Eu ia pelo menos uma vez por semana ao curso (além dos dias da aula normal) e outros professores, pacientemente, me auxiliavam com os meus erros de pronúncia.

Quanto a se apresentar em público, apesar de eu ser uma pessoa bastante tímida fiz aulas de teatro quando era mais nova, por isso não tenho muitos problemas quanto a isso. Treinei várias vezes em frente ao espelho também. A semana que antecedia a apresentação foi a que eu mais me dediquei. Antes disso, para ser franca, eu ainda não tinha decorado o texto completamente, mas na hora da apresentação, mesmo estando um tanto nervosa, acho que consegui apresentar o texto sem grandes problemas.

Os minutos em que os jurados ficaram em uma sala separada, para decidirem quem seriam os vencedores, foram de nervosismo e ansiedade. Porém, para a minha felicidade, tanto eu como a Bruna, as únicas candidatas do Bunkyô, nos classificamos! Eu fiquei em 1º lugar e ela em 3º. O 1º lugar passaria para a fase nacional, recebendo da Fundação Japão, a passagem de avião para Brasília (local que sediou o evento) e a hospedagem. Para essa segunda etapa, eu tive que aumentar o número de linhas da minha redação, e novamente precisei do auxílio dos professores do Bunkyô. Os treinos para corrigir minha pronúncia se intensificaram. Também pedi dicas de teatro para o meu pai, já que ele coordena grupos de teatro. Com a possibilidade de ir para o Japão mais próxima, me empenhei e treinei mais ainda nessa etapa.

Depois de bastante treino, embarquei em um avião pela primeira vez na minha vida, junto com a minha mãe, que viajou comigo para poder me assistir e torcer pessoalmente por mim no grande dia. Levei, além das bagagens, as expectativas e o precioso apoio de vários professores, familiares e amigos queridos.

Chegando ao lugar de destino, conheci pessoas super simpáticas de vários cantos do Brasil. Foi muito divertido poder trocar experiências, conversar em japonês e explorar o hotel de noite com o grupo de garotas. A escola onde aconteceriam as apresentações forneceu um delicioso jantar para nós. No dia seguinte, em um tour pela cidade, pudemos também conhecer os tão famosos pontos turísticos de Brasília.

Na hora do concurso, eu consegui falar o texto, mas quando uma jurada fez uma pergunta sobre o que eu havia dito, eu não consegui ouvir direito o que foi perguntado, e não pude responder adequadamente. Isso contou pontos negativos. Então, infelizmente, eu não me classifiquei desta vez.

Fiquei triste sim, de ter chegado tão perto e não ter conseguido alcançar o meu sonho, mas não vou desistir de visitar esse belo país. E apesar de ter perdido, só a oportunidade de viajar para um Estado tão longe do meu já foi maravilhosa. Sou muito grata aos meus pais que me apoiaram desde sempre, aos professores que me incentivaram tanto, as pessoas que financiaram essa oportunidade e aos meus amigos que torceram por mim, mesmo de longe. As experiências que adquiri nessa viagem foram o maior dos prêmios. Experiências essas que guardarei pra sempre comigo!

Muito obrigada!

Luísa Sprenger de Oliveira
aluna Bunkyô